O Dia do Controle da Poluição por Agrotóxicos é nesta segunda-feira, 11 de janeiro, e tem como objetivo alertar a população do campo e da cidade acerca dos riscos à saúde e ao meio ambiente devido ao uso de substâncias químicas contidas nos agrotóxicos, agroquímicos, pesticidas e praguicidas.
A FETAG-PI celebra o Dia do Controle da Poluição por Agrotóxicos alertando que ainda temos muitos desafios na luta pelo desenvolvimento de forças produtivas com educação e responsabilidade ambiental, com a inserção na agricultura de novas tecnologias que não sejam predatórias ao meio ambiente e à saúde.
O Brasil desde de 2008 ocupa o posto de maior consumidor mundial desses produtos, e desde 1º de janeiro de 2019, sob a gestão do governo Bolsonaro, foram liberados para utilização nacional cerca de 945 novos agrotóxicos, dos quais 311 têm componentes banidos da união europeia devido ao alto grau de toxidade.
Usados na agricultura para conter as pragas, eliminar doenças e plantas invasoras, os agrotóxicos trazem consequências nocivas dessa prática agrícola aos seres vivos e ao meio ambiente, como a contaminação do solo, da água, do ar, causando doença à vida humana, a exemplo de diversos tipos de cânceres, envenenamento, convulsões, danos ao sistema nervoso, entre outras enfermidades.
O Brasil tem se tornando o paraíso dos agroquímicos, visto a política pró-agrotóxicos do Governo Federal, e de parte dos Estaduais. A isenção de impostos chega a ser zerada em alguns estados, beneficiando especialmente produtores de commodities (soja, milho, algodão, cana de açúcar). Somente no ano de 2019 houve isenção fiscal ou subsídios em torno de 14 bilhões aos produtores e vendedores de agrotóxicos. Assim, os baixos percentuais de tributação incentivam sua ampla comercialização, e o uso indiscriminado na agricultura, fazendo com que o “veneno” esteja diariamente na nossa mesa.
É preciso tributar os agrotóxicos, não só para que as empresas poluidoras paguem pelos danos causados ao meio ambiente e aos seres vivos, mas também como estratégia para alavancar mudanças de comportamento, inclusive, forçar o uso de produtos menos nocivos na agricultura, até que haja, no Brasil, a consolidação definitiva de um novo modelo de desenvolvimento agrícola, pautado em práticas sustentáveis, livre de agrotóxicos e transgênicos.
A agricultura convencional paulatinamente precisa ser substituída por uma agricultura de base orgânica ou agroecológica, com métodos de produções agrícolas que utilizem elementos da própria natureza, como fungos e bactérias, para o controle de pragas. Essa é uma diretriz defendida pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura-FAO/2007, reiterada pela Conferência das Nações Unidas Sobre Comércio de Desenvolvimento/2014.
FONTE: com informações da Secretaria de Meio Ambiente da CONTAG