O nome da marcha homenageia Margarida Maria Alves, sindicalista paraibana assassinada em 1983, aos 50 anos, por um matador de aluguel a mando de fazendeiros da região. Em 2019, completam-se 36 anos de seu assassinato. Até hoje, nenhum acusado por sua morte foi condenado.
A ação é uma manifestação realizada desde 2000 por mulheres trabalhadoras rurais do Brasil. Uma estratégica das mulheres do campo, da floresta e das águas que integra a agenda permanente do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) e de movimentos feministas e de mulheres.
A sessão foi uma proposição da Deputada Estadual (PCdoB) e Presidente da FETAG-PI, Elisângela Moura, aprovada por unanimidade pelos parlamentares na ALEPI.
O evento teve a presença da Diretoria da Federação e sua assessoria, representantes das centrais sindicais como a CUT/PI, CTB/PI, coordenadores/as de polos, da Secretária Nacional de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais, da Vice-Governadora do Piauí, Regina Sousa (PT) e centenas de dirigentes sindicais.
“Agradecer os dirigentes sindicais que estão acompanhando esta sessão e dizer que poderia numerar aqui várias conquistas nestes 20 anos de marcha, mais o tempo não nos permite, porém, reafirmo a necessidade de nossa continuidade luta, porque estamos sendo ameaçadas, e a caminha é feita de muitos desafios. A marcha foi construída por muitas mãos, mulheres do campo e da cidade, quilombolas, por isso queremos o direito à vida e reafirma que continuaremos na luta por uma sociedade livre de violência, como Margarida dizia ‘é melhor morrer na luta do que morrer de fome’”, relatou a Secretária de Mulheres da FETAG-PI, Marlene Veloso.
Durante a cerimônia a Secretária Nacional de Mulheres da CONTAG, agradeceu a deputada Elisângela pela iniciativa em propor um momento na ALEPI para lembrar as duas décadas da Marcha das Margaridas e afirmou que Margarida é um símbolo nacional.
“Este mês de agosto é simbólico porque lembramos a memória de Margarida Alves, ao tempo que aproveito a oportunidade para agradecer a deputada Elisângela que propôs esta sessão solene na ALEPI, e dizer que Margarida Alves, hoje vive em cada uma de nós, mulheres do campo, da floresta e das águas, e o seu nome se tornou um símbolo nacional de força e coragem, cultivada por milhares de Margaridas desde de 2000 quando aconteceu a primeira marcha”, disse. “A primeira edição reunimos 20 mil mulheres e ano passado 100 mil mulheres marcharam em Brasília/DF. Nossa luta é construída por igualdade social, respeito a natural e pela produção de alimentos saudáveis e nós continuamos marchando por defesa dos nossos territórios, de um estado democrático de direito a igualdade, contra todo tipo de violência e nós continuamos na resistência e na luta e falar deste ato nos emociona, porque lembramos a diversidade de mulheres, de todos os tamanhos, de todas as idades, de todas as cores trazendo seus lilás, suas bandeiras, faixas, cantando, gritando palavras de ordens, e isso nos lembra o quanto somos fortes, e isso nos faz avaliar que em 2019 realizamos a maior marcha, porque foi a marcha da resistência, onde apresentamos uma plataforma política para sociedade, que projeto de margaridas nós lutamos, portanto, acredito que demos exemplo de como se faz política, e concluímos aqui dizendo que: ‘se a revolução está caminhando, o caminho não sabemos, mais podemos arriscar adiante, que se ela estiver vindo, ela está em marcha com as mulheres’. Então viva a Marcha das Margaridas, viva os 20 anos de Marcha das Margaridas”, concluiu Mazé Morais.
Ao término da solenidade a deputada Elisângela que presidiu a sessão fez os agradecimentos. “Nossa gratidão a todos/as que participaram deste momento, a ALEPI em nome de todos os parlamentares e nossos parceiros. Viva a Marcha das Margaridas e viva as Margaridas. Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, frisou a parlamentar.
FONTE: Assessoria de Comunicação da FETAG/PI – Paes Landim