“A ficha ainda não caiu, estou flutuando”, disse o estudante. Ele conta como ficou sabendo da aprovação “No dia que saiu o resultado, não consegui acessar ao sistema do Enem, então liguei para meus amigos e pedi para conferirem minha nota e a noite quando já me preparava para dormir eles me retornaram a ligação e comunicaram que eu tinha sido aprovado 980 pontos na redação”, comentou emocionado.
Disse que não esperava ser aprovado, quanto mais em duas universidades federais de medicina, o curso mais concorrido no país, porque o fato de morar na zona rural dificulta, principalmente ao acesso à internet.
“São 12km de minha casa para cidade e ainda tenho dificuldades em relação ao acesso à internet, mesmo assim vi que não era motivo para desistir, pelo contrário, mantive o foco nos estudos e comendo vários livros, porque percebo que muitas pessoas querem um bom futuro, com bens materiais e dinheiro, mais não querem ter trabalho, passar por dificuldades”, relatou.
Lucas afirmou que já passou 12 horas por dia estudando e na ocasião foi hospitalizado por conta de ler vários livros e lembrou que a história de vida de seus pais diante de diversas dificuldades, pois o homem e a mulher da roça lutam bastante para criar seus filhos diante da falta de políticas públicas, mais que isso foi e é fonte de inspiração para que possa ser um vencedor.
Diante de tantas dificuldades, o futuro médico objetiva ajudar as pessoas de Pajeú. “Como profissional vou procurar atender o máximo as pessoas da minha cidade, para isso vou fazer o maior número de amigos possíveis do meu curso, para que quando alguém precisar dos meus serviços e não for da minha especialização, eu possa encaminhar para o especialista e estar aberto para toda e qualquer demanda e assim contribuir de alguma maneira”, frisou.
Emocionado, Claudio José dos Santos, pai de Lucas conversou com nossa reportagem. “Sei que o agricultor familiar precisa avançar, mais temos os entraves como a condição financeira, porque nós que vivemos no campo e estamos na base, a gente percebe que muitas pessoas não querem ver o trabalhador rural avançar, ter espaço na sociedade e eu como pai só tenho que agradecer a Deus por esta oportunidade, em ter um filho universitário e dizer que esta é uma conquista do trabalhador rural”, disse. “A melhor coisa que existe entre pai e filho é o diálogo, precisamos entender e compreender nossos filhos, andar com eles, motivá-los, procurar quais são suas habilidades, mostrar a realidade, porque acredito que não podemos obrigá-los a estudarem, mais é necessário convencermos a praticar os estudos para que eles sejam ótimos profissionais, pois o importante são eles se convenceram de que realmente precisam estudar e serem bons cidadãos e acima de tudo, ser humano, se sensibilizar e valorizar o próximo”, concluiu Claudio.
O jovem irá residir em Teresina na casa do estudante e cursar medicina na UFPI. Hoje (04) ele e seu pai visitaram a FETAG-PI e recebeu o carinho e os parabéns da diretoria. “Agradecer primeiro a Deus por este momento, meus pais e professores que sempre me incentivaram e acreditaram em minha capacidade de vencer”, concluiu o futuro médico.
FONTE: Assessoria de Comunicação da FETAG/PI – Paes Landim