O mês de setembro começa com altas temperaturas isso porque é dado início do B-R-O-BRÓ período típico de setembro a dezembro com registros de altas temperaturas e baixa umidade. Os efeitos são descritos pelo Climatologista, Werton Costa, que também é Diretor de Mitigação e Prevenção da Defesa Civil do Piauí, como um período de estiagem no Estado.

Para a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Piauí (FETAG-PI), a estiagem segue sendo uma das principais preocupações dos produtores rurais piauienses e as consequências sobre a produção agrícola — e, portanto, sobre a agricultura familiar— são particularmente preocupantes.
 
 “Com exceção dos agricultores que tem algum sistema de irrigação, quase toda a agricultura familiar no Piauí fica em latência, fica na fase das últimas colheitas e nos preparos para o próximo período chuvoso”, atenta Werton Costa.



 
Mas os efeitos locais para muitos municípios podem ser sérios. O período quente e seco pode afetar significativamente produtos agrícolas de áreas geográficas específicas.
 
Para o climatologista, mesmo o agricultor que possui um ambiente desse com sistema de irrigação, deverá enfrentar um indicador de radiação mais elevado, temperaturas mais elevadas e umidade mais baixa. “Isso afeta a muito a taxa vertical de produção da lavoura. Vamos ter condições mais adversas para o desenvolvimento dos plantios”, detalha Werton Costa.
 
A FETAG-PI está atenta aos empecilhos que o período de B-R-O-BRÓ acarreta aos produtores rurais. Duas secretarias específicas da Federação: Secretaria do meio ambiente e política de convivência com o semiárido e secretaria de política agrícola atuam para buscar assistência e soluções juntos aos órgãos competentes do Estado para ajudar e amenizar os efeitos da seca aos agricultores e agricultoras, como projetos de cisternas e monitoramento de carros pipas para as regiões, neste período de estiagem.



Época sem chuvas
 
Para o especialista, em relação a meteorologia e climatologia, isso significa volumes de chuvas considerados baixos para a maior parte do país, já que estamos vivenciando um cenário de El niño.
 
“Isso deve infelizmente impactar, não sabemos ainda, calcular o El Niño sobre a agricultura familiar agora no final do ano. Recebemos as primeiras chuvas no Sul do Piauí, entre outubro, novembro e dezembro.  Se essas chuvas ficarem abaixo da média, teremos uma redução do ativo água para as plantas e provavelmente uma redução de produtividade de agricultura familiar e para isso é necessário que as organizações populares tracem as estratégias necessárias para garantir as políticas públicas de impacto para que o agricultor não tenha grandes prejuízos”, expectou o docente.

Comunicação FETAG-PI/ Vanderson de Paulo.
Foto: Arquivo FETAG-PI.