Sonhar e construir um país novo apenas com a educação, estudo e força de vontade. Esse pode até parecer um conto, mas não é. A menina que sonha em melhorar seu país por meio da educação existe, ela é natural do interior de Pio IX, da zona rural chamado São Bento a comunidade, a 439 Km de Teresina, e Ramila Alencar.
Ramila prova que tem potencial. Uma das etapas mais disputadas do mundo acadêmico foi conquistado. Ela é filha de agricultores rurais e foi aprovada em primeiro lugar no Doutorado da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), uma das mais renomadas do país. A jovem obteve o melhor índice, num universo de pesquisadores das unidades da Federação.
Ramila Alencar comemora aprovação no Doutorado na FIOCRUZ
Ela vai cursar o Doutorado em Epidemiologia na Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz-RJ. No início do processo seletivo foram 24 inscritos, mas aprovados só foram 11 e ela ficou em 1º lugar. Segundo a pesquisadora o certame foi pidido em 3 etapas.
“A 1ª etapa era a prova de inglês, eu pedi isenção porque já tinha feito a prova no mestrado. A 2ª etapa era análise do currículo e do projeto, tirei 9,5 e foi quando vi que estava em 1º lugar. E a 3ª etapa foi a entrevista tirei 10. No dia 17 saiu o resultado oficial - eu fiquei em êxtase. Sem acreditar que isso tinha acontecido comigo”, expressou a Ramila Alencar.
FIOCRUZ sede no Rio de Janeiro - Divulgação
Ramila conta que não existe fórmula para obter o excelente resultado. “Não existe uma fórmula pronta, existe dedicação, estudo, planejamento e Deus acima de tudo. Sempre estive cercada por bons orientadores e docentes de ciências biológicas da UFPI, grupos de pesquisas e ótimos professores. Você tem que acreditar que é capaz”, revelou.
Incentivo
O segredo para o resultado de nova doutoranda também foi comemorado por toda família e também muito comemorado inclusive por toda a cidade. “Foi muito comemorado por minha mãe, já perdi meu pai desde os 6 anos e sou filha única. Essa é uma história fora da curva de se ver na realidade em que eu sai”, declarou.
Ramila Alencar com sua mãe na formatura de Biologia-UFPI - Divulgação
Ramila Alencar mesmo conta, um suporte essencial para sua aprovação, veio do incentivo dos professores. Ela afirma que há muitas oportunidades de bolsas de estudos no Brasil e no exterior que muitos jovens não sabem da existência, e que, se soubessem, com certeza melhorariam como estudantes.
“Na verdade, bolsas de mestrado e doutorado ainda são distribuídas em maior número no Sudeste que no Nordeste. Mais existem persas oportunidades de cursos, capacitação, cursos online para os jovens e as pessoas. No Piauí há persas instituições que oferecem cursos. As oportunidades, graças a Deus tem crescido cada vez mais”, reforçou.
“Queria que minha história não fosse para me vangloriar, mas inspirar outras pessoas e jovens que vem da mesma realidade que eu, que são do interior, filho de pessoas de classe baixas. Que as pessoas possam acreditar que a educação é a única forma de vencer, que outros jovens acreditem que são capazes e podem ir além, a educação muda a realidade, transforma e rompe barreias, acredite no potencial da educação”, finalizou.
Comunicação FETAG-PI/Vanderson de Paulo.
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A capital do Brasil receberá mais de 100 mil mulheres para a 7ª Marcha das Margaridas. A maior ação política de mulheres da América Latina com protagonismo das mulheres do campo, da floresta e das águas, coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) e 16 organizações parceiras, acontece a cada quatro anos e terá como lema dessa vez “Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”.
“Margaridas de todos os estados brasileiros e de outros países já estão se organizando e se preparando para esse grande momento. São quatro anos de construção coletiva, de formação, de caravanas, de audiências públicas e de construção de propostas para coroar com a nossa grande marcha em Brasília”, enfatizou a secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora geral da Marcha das Margaridas, Mazé Morais.
A Pauta da Marcha das Margaridas foi entregue ao governo federal, durante evento com a participação de 13 ministras e ministros de Estado, no Palácio do Planalto, no dia 21 de junho. No mesmo dia foi entregue a Pauta voltada ao Legislativo para o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira.
Os documentos trazem os anseios, os quereres e as prioridades apontadas pelas Margaridas do campo, da floresta e das águas e foram s pauta traz propostas organizadas em 13 eixos temáticos: Democracia participativa e soberania popular; Poder e participação política das mulheres; Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo; Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade; Proteção da Natureza com justiça ambiental e climática; Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética; Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios; Direito de acesso e uso da biopersidade, defesa dos bens comuns; Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional; Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda; Saúde, Previdência e Assistência Social pública, universal e solidária; Educação Pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo; e Universalização do acesso à internet e inclusão digital.
A Marcha tem como força inspiradora a luta de Margarida Maria Alves, uma mulher trabalhadora rural nordestina e líder sindical, que rompendo com padrões tradicionais de gênero ocupou, por 12 anos, a Presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba.
Por lutar pelo direito à terra, pela reforma agrária, por educação, por igualdade e por defender direitos trabalhistas e vida digna para trabalhadoras e trabalhadores rurais, Margarida Alves foi cruelmente assassinada na porta da sua casa, no dia 12 de agosto de 1983.
Seu nome se tornou um símbolo nacional de força e coragem cultivado pelas mulheres e homens do campo, da floresta e das águas. É em nome dessa luta que a cada quatro anos, no mês de agosto, milhares de Margaridas de todos os cantos do País marcham em Brasília, num clamor por justiça, igualdade e paz no campo e na cidade.
“De Margarida nos tornamos sementes. Em agosto, vamos realizar a 7ª Marcha das Margaridas”, anunciou Mazé Morais, que disse ainda que, nesse ano, são 23 anos de realização da Marcha e 40 anos do assassinato de Margarida Alves. “Nós nos guiamos pelos princípios do feminismo anticapitalista, antirracista e antipatriarcal. Um feminismo que valoriza a vida, vinculado à defesa da agroecologia, dos territórios, dos bens comuns e da soberania e autodeterminação dos povos”.
Fonte: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi