O Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (STTR) do município de Jardim do Mulato, realizou nesta terça-feira (19) no Plenário da Câmara Municipal de Vereadores uma roda de conversa para discutir sobre o Meio Ambiente. A FETAG-PI participou do evento através da Secretária de Meio Ambiente e Política de Convivência com o Semiárido, Maria Betânia.
Também se fizeram presentes a diretores(as) do STTR de Jardim do Mulato, Vereador e Professor, Rogério Amaral, a Secretária Municipal de Educação, Lucilene Gomes, agricultores e agricultoras familiares de assentamentos e o Coordenador do Polo Sindical do Médio Parnaíba, Sebastião Rodrigues (Tião).
O encontro teve como objetivos apresentar os modelos de produção sustentáveis, visando estabelecer conexões entre a Agricultura Familiar e a preservação e conservação do meio ambiente; refletir sobre a importância da agricultura familiar de base agroecológica; discutir sobre os impactos nocivos dos agrotóxicos para o meio ambiente e a saúde humana e dialogar sobre o resgate e multiplicação de Sementes Crioulas.
A reunião contou ainda com presença de Maria Izolda, do Núcleo de Educação Ambiental do IBAMA que proferiu palestra educativa sobre prevenção de queimadas e incêndios, além disso, falou do projeto “Corta Fogo” bem como das ameaças ao meio ambiente, tais como a poluição, o analfabetismo ambiental, o consumismo, os desmatamentos e os incêndios florestais.
Tratou também dos problemas causados pelo fogo. “O fogo afugenta, mata, desabriga e contribui para o desaparecimento de inúmeras espécies de animais, ainda destrói a alimentação, os abrigos, os ninhos, os ovos e os filhotes dos animais silvestres, concorrendo para a extinção das espécies”, disse Maria Izolda e ao final apresentou as principais modalidade de crimes ambientais causadas pelo fogo passíveis de punições previsto em leis e falou ainda das alternativas para reduzir as queimadas na agricultura.
Genival Araújo, Assessor de Meio Ambiente da FETAG-PI, fez uma exposição dialogada sobre a importância do resgate e multiplicação de sementes crioulas, que no Piauí foram batizadas de “Sementes da Fartura”. Genival começou dizendo que as sementes crioulas são importantes para a valorização dos saberes e da identidade camponesa e que é preciso considerar o contexto histórico das tradições que resistem ainda no processo produtivo, na seleção e estocagem das sementes, falou ainda da tradição do cultivo de alimentos tradicionais bastantes nutritivos que promovem a segurança alimentar e nutricional, além disso falou sobre a valorização dos alimentos naturais e da necessidade da preservação e plantio das frutas e alimentos de raízes nativas.
O assessor da federação disse ainda que algumas espécies de animais domésticas também são sementes crioulas e concluiu tratando da existência da lei estadual de incentivo a implantação de bancos comunitários de sementes e mudas de variedade locais (sementes da fartura) no Estado do Piauí, uma conquista dos movimentos sociais do campo.
A roda de conversa resultou nos seguintes encaminhamentos visando dar continuidade à discussão e ações práticas em relação ao meio ambiente no município: construir um Projeto de Educação Ambiental por meio do STTR em parceria com a secretaria municipal de educação, Câmara de Vereadores, FETAG-PI e IBAMA; realizar audiência Pública na Câmara Municipal para discutir o problema causados pelos agrotóxicos; realizar seminário sobre meio ambiente com professores (as) da rede municipal de ensino e realizar reuniões de Educação ambiental nos Assentamentos.
FONTE: Com informações da Secretaria de Meio Ambiente e Convivência com Semiárido da FETAG-PI