A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Piauí (FETAG-PI), lançou nesta quarta-feira (7), na programação do Encontro de Formação Política Estadual da VII turma da ENFOC, a Cartilha de Enfrentamento às Violências contra as Mulheres do Campo, da Floresta e das Águas. A cartilha foi elaborada pela Secretaria de Mulheres da Federação, dentro da Campanha “16 dias de Ativismo”, que tem por objetivo conscientizar a população sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres.
“Sabemos que a violência contra mulher fica só no seio familiar. Abordamos a temática dentro da campanha dos 16 Dias de ativismo onde o objetivo da FETAG-PI é proporcionar que o diálogo seja feito no meio rural. Precisamos entender que a violência doméstica existe, e como sociedade e movimento sindical, devemos fazer esse enfrentamento antes de acontecer o fim que é o próprio feminicídio”, declarou a secretária Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais, Marlene Veloso.
O documento detalha os tipos de violência sexual, psicológica, moral e patrimonial além dos canais de ajuda às vítimas. O Chefe de Estatística da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Delegado da Polícia Civil, João Marcelo, fez observações alarmantes sobre o tema. De acordo com o delegado, a rede de estudo da SSP-PI em parceria com a FETAG-PI pretende levantar dados para diagnosticar mulheres em situação de violência no campo.
“Muito mais mulheres morrem no interior do que na Capital. Esse trabalho de visibilidade da violência contra a mulher rural será o primeiro a nível de Piauí. Queremos criar pesquisas para mapear esta violência e estudar esse fenômeno”, disse. ” Se não temos conhecimento de delegacias de proteção à mulher rural como podemos falar de proteção se a rede de atendimento não chega ao interior? Devemos proteger as mulheres desse machismo”, alertou o delegado.
Desde 2020, as mortes de mulheres cresceram mais de 50% no território piauiense, de acordo com relatório da Secretaria de Segurança Pública do Piauí. No interior a falta de delegacias para apoio as mulheres é insuficiente ou até inexistente o que intensifica as estatísticas de mortalidade de vítimas de violência doméstica.
Por: Ascom/Fetag-PI – Vanderson de Paulo